domingo, 12 de abril de 2009

SERVIR AS IDEIAS... OU SERVIR-SE DAS IDEIAS?

É sabido que o 25 de Abril de 1974 revelou muita gente interessada e empenhada na prossecução de objectivos sociais, muitas vezes levados a cabo com prejuízo da sua vida pessoal e até profissional.
Mas, paralelamente, também surgiram outros mais interessados em servir-se das oportunidades que a nova ordem democrática lhes proporcionava para fins de benefício pessoal, normalmente escondidos por detrás de uma linguagem pretensamente progressista e utilizando o dom da palavra para melhor atingir os seus objectivos.
Pareceria que tais indivíduos teriam tendência a desaparecer ou, pelo menos, a perder influência na sociedade portuguesa. Infelizmente, quase 36 anos depois daquela data histórica, eles aí estão bem vivos e activos, com tácticas mais refinadas é certo, mas utilizando os mesmos métodos e valendo-se da credulidade de alguns menos informados. E é vê-los lançando ideias megalómanas, que sabem que não são capazes de realizar, mas que fazem as delícias de alguns incautos que facilmente arregimentam para o seu “exército” de apoiantes. É vê-los a apresentar propostas que sabem que nunca serão realizadas, recheadas de chavões pseudo-intelectuais, bem embrulhadas em invólucros cor-de-rosa e pelas quais cobram aos incautos largos milhares de contos. Os mais atrevidos, percorrendo os corredores do poder como se tratassem de vinha vindimada, até se dão ao luxo de se transformarem em escritores de livros que ninguém lê, amontoados ou encaixotados para toda a vida num qualquer armazém, mas pelos quais não se coíbem de cobrar uns largos milhares de euros.
E se neste seu passeio galopante dão de caras com alguém que não precisa de seguir os seus métodos, que é capaz de ter ideias e levá-las à prática, que coloca os seus conhecimentos e a sua experiência de vida ao serviço do social sem exigir retorno financeiro ou benefício pessoal, começam a ficar nervosos, cai-lhes a máscara, quiçá amedrontados por verem fugir debaixo dos pés o tapete que tanto “trabalho” lhes deu a conseguir. E, incapazes de analisar os outros para além da sua própria medida, é vê-los a lançar a confusão, a promover a desinformação, a lançar propostas desesperadas e ainda mais ridículas, a aliarem-se a outros da sua igualha mesmo que outrora concorrentes do mesmo espólio e, para cúmulo do desespero, até são capazes de incentivar a agressão física se concluem que não conseguem ganhar a “batalha” no campo das ideias.

Felizmente o seu espaço de manobra está de facto a reduzir-se.

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